Filosofia
Ateísmo e Niilismo: Reflexões sobre a morte de deus Goodreads
author: André Cancian Edição do autor 2011 - 1
Uma defesa filosófica do niilismo existencial baseada na ciência moderna.

* * *

Ateísmo e Niilismo é uma tentativa de justificar a transição do ateísmo ao niilismo com base na ciência moderna. Nele é apresentada uma interpretação do niilismo (niilismo existencial) segundo a qual ele se segue de considerarmos as implicações de nossas principais descobertas científicas, bastando revisitar as questões existenciais clássicas à luz do conhecimento atual.

* * *

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO

:: OS FUNDAMENTOS DO NIILISMO
1. Niilismo como descrença
2. Por que estamos aqui?
3. Não há evidências
4. Que é sentido?
5. Ateísmo implica niilismo?
6. Teoria e prática I
7. Teoria e prática II
8. Mitos sobre niilismo
9. O valor da verdade
10. A questão final

:: DELIMITANDO VALORES
1. O universo conhecido
2. Valores e seu contexto
3. Desnecessidade de ideais
4. Resgatando o óbvio
5. Morte da realidade

:: SENTIDOS E CRENÇAS
1. O sentido natural
2. Emoções e metafísica
3. Acreditar na vida
4. Rodeios biológicos
5. Fantasma da função

:: VERSÕES DE SI MESMO
1. A construção da imparcialidade
2. Óticas sobrepostas
3. Isolando variáveis
4. Razões rivais
5. Arena virtual

REFERÊNCIAS
Sociedade do Cansaço Goodreads
author: Byung-Chul Han Vozes 2015 - 11
Os efeitos colaterais do discurso motivacional. O mercado de palestras e livros motivacionais está crescendo desde o início do século XXI e não mostra sinais de desaquecimento. Religiões tradicionais estão perdendo adeptos para novas igrejas que trocam o discurso do pecado pelo encorajamento e autoajuda. As instituições políticas e empresariais mudaram o sistema de punição, hierarquia e combate ao concorrente pelas positividades do estímulo, eficiência e reconhecimento social pela superação das próprias limitações. Byung-Chul Han mostra que a sociedade disciplinar e repressora do século XX descrita por Michel Foucault perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal. As pessoas se cobram cada vez mais para apresentar resultados - tornando elas mesmas vigilantes e carrascas de suas ações. Em uma época onde poderíamos trabalhar menos e ganhar mais, a ideologia da positividade opera uma inversão perversa: nos submetemos a trabalhar mais e a receber menos. Essa onda do "eu consigo" e do "yes, we can" tem gerado um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade e burnout. Este livro transcende o campo filosófico e pode ajudar educadores, psicólogos e gestores a entender os novos problemas do século XXI.
June 15, 2019 read
Nov. 5, 2024 Review O futuro se encurta numa atualidade prolongada - Publicado originalmente no Skoob , em 2019. Tenho muita dificuldade e preguiça para fazer resenhas. Após ler a obra, vi que existe um documentário de mesmo nome e comentei num vídeo do trailer . Acabou ficando grande e compartilho aqui como se resenha fosse. Acabei de ler o livro. Confesso que, num primeiro momento, não consegui absorver tanto como em Agonia do Eros . Confesso que muito se deve ao fato de eu não possuir contato mas profundo com as obras de Hannah Arendt, Nietzsche e Melville, que são a base dos respectivos capítulos nos quais são citadas. Ainda assim, depois de repassar tudo, lendo meus grifos, é possível se debruçar em muita coisa que nos faz parar para pensar e ver as coisas sob outra perspectiva: "O igual não leva à formação de anticorpos" (A questão imunológica, de ter um contato, uma pequena dose com o "negativo" para não padecer de um mal maior ou para que se construa algo novo e não nos saturemos ou não nos afoguemos em nós mesmos [para trazer também uma expressão de "Agonia do Eros"]) Economia da Atenção. A multitarefa, o modo como estamos sempre "atentos" a uma multiplicidade de coisas, mas nunca nos aprofundamos em algo específico. Aliás, escrevi um texto sobre o assunto tempos atrás, longo, mas (modéstia parte) interessante: Economia da Atenção Estamos remando ou sendo levados pela correnteza? . Ócio. Termo que foi cristalizado de forma pejorativa em nossa sociedade, mas ao vê-lo citado no livro, logo me lembrei de Domenico De Masi e seu "Ócio Criativo" (vale a pena assistir aos Roda-Viva com ele). Enquanto o Sono é um Descanso Físico, o tédio (ócio) é um Descanso Espiritual (para Mente). Quem nunca se pegou parado, olhando para o nada e quando alguém nos chama à atenção, não nos lembramos no "quê" estávamos pensando? Outro evento tratado de forma pejorativa, como se estivéssemos no "Mundo da Lua", mas que representa uma necessidade, algo salutar. "O futuro se encurta numa atualidade prolongada". O excesso de positividade que o autor tanto realça, a sociedade do desempenho, tudo isso leva não à inovação, mas à reiteração, fazendo com que o futuro não passe de um presente com uma embalagem diferente. Sabah. Por fim, o intermédio, o descanso. O tempo de paz. Parece óbvio que precisemos de um ou dois dias de descanso, de folga. Mas é fato que muitas vezes nos comprometemos a tantos eventos e diversões, que o feriado, folga, férias são tão ou mais estressantes do que a rotina cotidiana. E, a depender de como os utilizamos, ao invés de levar a uma contemplação, reflexão, pode acabar tendo tão-somente um efeito "anestésico" para nos preparar para mais uma temporada de Cansaço.
Filosofia Livros
Tai Chi Chuan: a alquimia do movimento Goodreads
author: Wu Jyh Cherng Mauad 1998 - 1
Encontrar o eixo; buscar a união dos opostos; esvaziar a mente, não pensar em nada e apenas saber; usar energia em lugar de pura força física; fazer do movimento um meio de transmutação. Estas são as mensagens de Tai Chi Chuan – A Alquimia do Movimento. Associando os cinco elementos da natureza – madeira, fogo, terra, metal e água – aos cinco órgãos do corpo humano – fígado, coração, baço, pulmões e rins -, o microcosmo, que é o corpo humano, relaciona-se com o macrocosmo, reunindo todos os elementos da natureza e todas as energias que o nutrem, conservam e renovam. A busca da espiritualidade e da longevidade motivou os antigos alquimistas chineses a aperfeiçoarem métodos para retardar o processo de envelhecimento. O elixir da juventude era, entretanto, preparado no próprio corpo do alquimista, através de uma fisiologia mística, que envolvia respiração e concentração apropriada. Tai Chi Chuan é uma expressão corporal e uma arte marcial fundamentadas nos conceitos e técnicas da Alquimia Interior Taoísta, cujo trabalho é realizado basicamente a nível energético. Na essência, Tai Chi Chuan é o caminho da reintegração do ser, visando ao estado de vida e consciência unidas e infinitas. Conhecer o eixo, o Yin e o Yang e a união dos opostos. Estes são os primeiros passos para que se possa entender o corpo humano como um dinâmico conjunto de enrgias em contínua transformação. Movimentos e respirações conscientes associados a um estado de transparência interior constituem o modo mais saudável para se alcançar a saúde física e espiritual. Este é o caminho do Tai Chi Chuan.
O mito de Sísifo Goodreads
author: Albert Camus Record 2019 - 6
De um dos mais importantes e representativos autores do século XX e Prêmio Nobel de Literatura.

Albert Camus, um dos escritores e intelectuais mais influentes do século XX, publicou O mito de Sísifo em 1942. Este ensaio sobre o absurdo tornou-se uma importante contribuição filosófico-existencial e exerceu profunda influência sobre toda uma geração. Camus destaca o mundo imerso em irracionalidades e lembra Sísifo, condenado pelos deuses a empurrar incessantemente uma pedra até o alto da montanha, de onde ela tornava a cair, caracterizando seu trabalho como inútil e sem esperança. O autor faz um retrato do mundo em que vivemos e do dilema enfrentado pelo homem contemporâneo: "Ou não somos livres e o responsável pelo mal é Deus todo-poderoso, ou somos livres e responsáveis, mas Deus não é todo-poderoso."
July 29, 2024 read "[...] não há castigo mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança

[...]

Este mito só é trágico porque seu herói é consciente. O que seria a sua pena se a esperança de triunfar o sustentasse a cada passo? O operário de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e esse destino não é menos absurdo. Mas só é trágico nos raros momentos em que se torna consciente".

https://www.youtube.com/watch?v=TKZ0_UNSDRw

#livros #OMitoDeSisifo #AlbertCamus #Filosofia #Absurdo
Sept. 4, 2024 Review É preciso imaginar Sísifo (muito) puto! - Postado originalmente em: https://curadoria.bearblog.dev/o-mito-de-sisifo-albert-camus/ Publicado em 1942, O mito de Sísifo (no original, Le Mythe de Sisyphe ) é um ensaio do escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960) que trata do absurdo: a contradição entre o que o ser humano espera e aquilo que o mundo lhe entrega. Diante disso, surge o problema filosófico do suicídio e sua alternativa: a revolta. Esta última lhe entrega desafio e satisfação ao lado da liberdade e da responsabilidade de transformar o mundo a sua volta, dentro de suas limitações. FIM *** 1 Ainda no prefácio, o próprio autor enquadra o livro, dentro de sua obra, como uma forma ideológica dentro de uma expressão negativa: Observa-se logo na abertura da primeira parte ("Um raciocínio absurdo"), a afirmação de Camus sobre não trazer nenhuma metafísica tampouco crença. E já no início do primeiro capítulo, ("O absurdo e o suicídio"), solta a emblemática afirmação: Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia. Tal questão é levantada pelo inevitável questionamento acerca do sentido da vida: "Começar a pensar é começar a ser atormentado". Ou, como diria a canção: "Só os que não pensam têm a consciência limpa". 2 De fato, há quem acredite que a vida possua um sentido "x", sendo ele o único válido e/ou existente. Ao constatar sua vivência no modo "y" ou "z", julga estar no caminho errado. Sobretudo, em comparação com o modelo preconizado nas redes sociais, que é superficial e, muitas vezes, irreal. Somam-se a isso as expectativas e, quando elas não são contempladas, encaramos o absurdo (abismo? 3 ) de um mundo indiferente aos nossos(?) anseios. Neste momento, podemos dizer que a realidade superou o ser humano. A partir daí, o que fazer? Créditos da Imagem: Exploring the Abyss: A Comprehensive Guide to Its Depths and Mysteries A primeira alternativa seria o suicídio, pois o absurdo depende do binômio: ser humano + mundo; a segunda, descartada por Camus, seria o suicídio filosófico, que exige um sacrifício do intelecto e remete as contradições não ao absurdo, mas a Deus. Realmente, o dogmatismo livra o ser humano de um peso que ele precisa carregar sozinho. É o que se vê na obra de Kant: "A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem [...] do mau uso dos seus dons naturais são os grilhões de uma menoridade perpétua". 4 A fim de superar essa menoridade e alcançar o esclarecimento é preciso sair da inércia cotidiana, fazendo algum esforço mental para tanto. Como exemplo, pode-se citar a passagem a seguir, de Como ler livros: "É preciso enfrentar livros que estão além de sua capacidade, ou, como dissemos, livros que estão acima de você. Somente os livros desse tipo vão levá-lo a ampliar sua mente. E, a menos que você a amplie, não aprenderá". 5 Em segundo lugar, temos a revolta, adotada pelo autor. Ela consiste na certeza de um destino esmagador, mas não de aceitá-lo com resignação. A luta e o desafio diante das adversidades do mundo proporcionam satisfação ao ser humano. Esta é a liberdade absurda, pois o homem só pode viver coexistindo com o absurdo: ambos "vivem vidas diferentes, mas partilham do mesmo mundo". 6 O papel da arte, para Camus, não é um refúgio diante do absurdo, mas a superação dos temores e aproximar o homem de sua realidade nua e crua. Também deixa claro que "Carecer de esperança não equivale a se desesperar", pois "homens que pensam com clareza [...] não esperam nada". Pelo contrário, atuam no mundo transformando-o, inclusive usando a própria arte que criam. Na parte derradeira do livro, temos a alusão ao mito de Sísifo 7 e um paralelo com o mundo contemporâneo: não há castigo mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança [...] Este mito só é trágico porque seu herói é consciente. O que seria a sua pena se a esperança de triunfar o sustentasse a cada passo? O operário de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e esse destino não é menos absurdo. Mas só é trágico nos raros momentos em que se torna consciente. Sísifo ensina a fidelidade superior que nega os deuses e ergue as rochas. Também ele acha que está tudo bem. Esse universo, doravante sem dono, não lhe parece estéril nem fútil. Cada grão dessa pedra, cada fragmento mineral dessa montanha cheia de noite forma por si só um mundo. A própria luta para chegar ao cume basta para encher o coração de um homem. É preciso imaginar Sísifo feliz. Aqui, nos deparamos com um dos trechos mais fortes da obra. Especialmente para aqueles que já tiveram a amarga experiência de exercer um trabalho inútil ou já se questionaram acerca do sentido da vida. Para a maioria, o dogma dá um horizonte de longo prazo a ser perseguido enquanto "pão e circo" suprem as necessidades vitais imediatas. Nesse sentido, há que se tomar cuidado com a utilização exaustiva da frase derradeira, "É preciso imaginar Sísifo feliz", de forma descontextualizada. Uma vez que isso pode trazer uma conotação de conformismo e passividade, algo que destoa completamente daquilo que Camus defende no livro. Quem se mete em tiroteio... tem que esperar bala. Mas não tem que gostar disso. 8 Portanto, além de se opor ao dogmatismo, escolhe a revolta como resposta para o problema filosófico fundamental colocado no início do ensaio. Ela, a revolta, se concretiza com a ação do homem no mundo material, tocando seus projetos, sendo este desafio sua força motriz. Ficha técnica Título: O mito de Sísifo Título original: Le mythe de Sisyphe Autor: Albert Camus (1913-1960) Editora: Record Ano: 2019 Ano da publicação original: 1942 ISBN: 9788501117427 Tradução: Ari Roitman e Paulina Watch Música: Happy Absurdity (ROT) Devoid of hopes I stared into the abyss, I watched this time Ready to devour me Grim reality That's what remained But instead of horror Happiness as never before! Now I understand this absurd happiness Cause that's all that there is! I feel happy as never before, In front of it the whole world stops! Grim reality That's what remained But instead of horror Happiness as never before! 9 Notas A intenção aqui era só fazer um gracejo com esse meme, mas lendo a descrição do vídeo, descobri que os créditos (não a música) são de um documentário chamado "A Revolta" (2010), dirigido por João Marcelo Gomes e Aly Muritiba. Achei uma coincidência bem curiosa. ↩ DEVOTOS. Hora da Batalha . Independente, 2003, Faixa 13: "Só os que não pensam têm a consciência limpa". Disponível em: https://youtu.be/ahU5O0uyuEI?t=1386 . Acesso em: 01 set. 2024. ↩ NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal . São Paulo: Companhia das Letras, 2005. §146: "Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você". ↩ KANT, Immanuel. Resposta à pergunta - Que é o Iluminismo . p. 1-2; tradução: Artur Morão. www.lusosofia.net. Disponível em: https://lusosofia.ubi.pt/textos/kant_o_iluminismo_1784.pdf . Acesso em: 01 set. 2024. ↩ ADLER, Mortimer J. DOREN, Charles Van. tradução: Eduardo H. Wolff e Pedro Sette-Câmara Como ler livros . São Paulo: É Realizações, 2010 (Coleção Educação Clássica). p. 340. ↩ WOLFBRIGADE. Prey to the world . Faixa 11: "Prophet of Woe". Disponível em: https://youtu.be/Xs5_B3NirjQ?t=46 . Acesso em: 01 set. 2024, 00:46: "I see your mouth move / But I don’t understand a word / We're living different lives / But we share the same world". ↩ Para quem não conhece, trata-se de um personagem da mitologia grega cujo castigo, por tentar enganar a Morte, foi: "rolar uma enorme pedra até o alto de um morro, mas quando já se encontrava bem avançado na encosta, a pedra, impelida por uma força repentina, rolava de novo para a planície. Sísifo a empurrava de novo morro acima, coberto de suor, mas em vão". In: BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: histórias de deuses e heróis [recurso eletrônico] . Rio de Janeiro: Ediouro, 2006, posição 4500. ↩ JUSTICEIRO/BATMAN: CAVALEIROS MORTÍFEROS. São Paulo: Abril Jovem, 1996. p. 32. ↩ ROT. A Long Cold Stare . São Paulo: 2+2=5 Records, 2003. Faixa 4: "Happy Absurdity". Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TKZ0_UNSDRw . Acesso em: 01 set. 2024. ↩
AlbertCamus Filosofia livros