finished reading O rio que me corta por dentro 🌕🌕🌕🌕🌑
o livro inteiro é um conjunto de metáforas poéticas cujo eixo principal é a trÃade mar-rio-terra. cÃcero e luzimar são como o rio e o mar, mas a terra seca que os cerca tenta impedir um de desaguar no outro. cÃcero é um rapaz que não sente vergonha das emoções e de ver beleza nas coisas. mas tal qual o mar, com sua aparente paz, pode também ser impulsivo e revolto. já luzimar é o rio, arrastando tudo pelo caminho, mas cuja constância da sua correnteza traz um alento e uma calmaria à vida de cÃcero.
é interessante demais — e o livro nos convida a isso — se perder nessas metáforas. vez ou outra achei poético ou experimental demais com a estrutura, mas no geral isso não me impediu de ficar completamente envolvida pela narrativa e de me comover com a história.
foi bem legal ir reconhecendo certos falares e referências culturais que fazem parte da minha bagagem de coisas vividas como pessoa do nordeste, principalmente uma de famÃlia vinda do interior. essas coisas que, apesar de familiares a partir vida real, não tenho hábito de ver assim impressas em papel. ou ao menos não com tanta aparência de genuinidade.
(só não entendi bem pq ((a editora ou o autor ou sei lá quem)) colocou os termos mais particulares do linguajar nordestino/cearense/popular em itálico, mas não deixa de ser algo comum de se ver por aÃ. não faz sentido pensar que a ausência do itálico prejudicaria o entendimento do texto. me parece mais quase um pedido de desculpas por infringir a prestigiada norma culta portuguesa. sei lá, é só um detalhe, mas um q achei mt destoante do conteúdo do livro)
li para o clube de leitura #acrônica aqui do fediverso