A forma como Coco é recebida pelas outras aprendizes especialmente a Agete é através da culpabilização do outro pelas coisas terem mudado. Vejo que esse tema é recorrente em animes/mangás e talvez seja por conta da cultura mais coletivista japonesa: se chega alguém que não corresponde às expectativas, que não está dentro do padrão esperado, ela será culpabilizada por qualquer mudança de situação que possa vir a acontecer.

No Pecado Original de Takopi, a filha de uma acompanhante é culpabilizada por uma colega da escola já que sua mãe sai com o pai dessa colega. A mãe dessa colega culpabiliza a filha por seu casamento ter dado errado.

Desde o volume anterior, Agete é agressiva com Coco porque ela não seguiu o caminho esperado para uma aprendiz de bruxa: ela não foi treinada desde cedo e não sabe coisas básicas que alguém com a idade dela deveria saber. Nada ainda havia mudado, exceto uma pessoa com uma história diferente. Nesse capítulo, vemos Tetia, que foi muito acolhedora com Coco no início, se dar conta que uma circunstância aconteceu apenas porque elas, aprendizes, estavam perto de Coco, embora a garota não tivesse nenhum controle sobre isso. A culpa é imediatamente jogada para a pessoa diferente: porque você é diferente, as coisas mudaram e isso é culpa sua.

Nessas obras a culpa é algo para ser jogado nos outros. A Coco faz um movimento de mea culpa, mas equivocado, pois, nas circunstâncias que está, ela não pode ser responsabilizada. Está à mercê de coisas que ela sequer entende e não tem meios para fazer frente.

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Witch Hat Atelier, Vol. 2 Capítulo 7